Pimenta diz que ordem de início das obras da Estrada do Perau deve sair na próxima quarta-feira

Pimenta diz que ordem de início das obras da Estrada do Perau deve sair na próxima quarta-feira

Foto: Vitória Sarturi (Diário)

Deputado Pimenta (à esq) e Secretário Wolnei Wolff na Rádio CDN

O deputado federal Paulo Pimenta (PT) afirmou, em entrevista ao Bom Dia, Cidade nesta sexta-feira (21), que o governo federal trabalha para dar ordem de início às obras de recuperação da Estrada do Perau já na próxima quarta-feira (26), durante agenda do presidente Lula em Brasília. Segundo ele, a intenção é incluir o trecho entre as obras que devem receber autorização simultânea de execução.

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A confirmação depende da vistoria técnica que será realizada neste sábado (22), às 11h, com a presença do secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff Barreiros. A inspeção é a última etapa antes da liberação definitiva do investimento federal.

Segundo ele, a intenção é que o trecho esteja entre as obras autorizadas pelo presidente Lula no dia 26:

— Nós queremos dar ordem de início na quarta-feira. Estou correndo contra o tempo para incluir a estrada do Perau, a ponte do Fontoura Ilha e outras obras de Santa Maria nesse anúncio. No total, são mais de R$ 30 milhões.

Projeto triplicou de valor após estudos técnicos

Durante a entrevista, Pimenta detalhou por que a obra passou de um orçamento inicial de R$ 6,5 milhões para R$ 23 milhões, valor posteriormente reduzido para cerca de R$ 20 milhões no processo licitatório.

Ele explicou que o primeiro projeto, aprovado em agosto de 2023, não tinha todas as sondagens e estudos geotécnicos necessários.

— O primeiro projeto dizia que custaria R$ 6,5 milhões. Depois passou para R$ 13 milhões, e quando foram fazer, viram que não dava. Então, foi para R$ 18 milhões e chegou a R$ 23 milhões. Não é uma obra simples. Exige sondagens, perfurações, ensaios técnicos e uma proteção definitiva das encostas.

Agora, segundo ele, a prioridade é garantir que o trecho não volte a ceder em períodos de chuva:

— Não adianta recuperar o pavimento e, na próxima chuva, cair tudo de novo. A obra precisa garantir proteção permanente das encostas.

A Estrada do Perau permanece interditada desde maio de 2024, após enxurradas provocarem grandes deslizamentos e destruírem completamente o pavimento entre Santa Maria e Itaara. O local é considerado um dos pontos de maior destruição após as enchentes e é estratégico para deslocamento cotidiano, turismo e escoamento da produção.

Nos últimos meses, a prefeitura encaminhou sucessivas versões do projeto à Defesa Civil Nacional. A licitação, concluída em outubro, definiu uma empresa vencedora com proposta de R$ 20 milhões.

O vereador Sidi Cardoso (PT), que acompanha o processo, também destacou a complexidade:

— A proteção das encostas exige perfuratrizes, trabalhos de rapel e estruturas de contenção semelhantes às usadas na BR-158. É uma obra altamente técnica.

Definição sobre candidatura será anunciada até 30 de novembro

Ao longo da entrevista, o deputado afirmou que a definição sobre o seu futuro político deve ser anunciada até o dia 30 de novembro, durante o Encontro Estadual do Partido dos Trabalhadores, em Porto Alegre. Segundo ele, a escolha depende diretamente da decisão do senador Paulo Paim, que sinalizou recentemente a possibilidade de concorrer novamente ao Senado.

Pimenta explicou que, nos últimos dois anos, o PT vinha construindo internamente o entendimento de que Edegar Pretto seria o candidato ao governo do Estado e ele próprio disputaria o Senado, já que o senador Paulo Paim havia comunicado ao partido que não pretendia concorrer novamente após mais de quatro décadas de mandatos consecutivos — oito anos como deputado federal e 32 como senador.

No entanto, o cenário mudou nas últimas semanas.

— O senador Paulo Paim, mais ou menos há 60 dias, comunicou ao partido que tem sido muito pressionado por setores onde ele trabalha para que concorra mais uma vezLonge de mim brigar com o Paim ou com o Edegar para ser candidato. Se o Paim disser ‘sou candidato’, eu vou ser o primeiro a estar na campanha dele. Se ele disser que não vai, aí eu vou colocar meu nome à disposição para o Senado.

Ele também defendeu que o partido busque a construção de uma frente mais ampla, envolvendo nomes como Juliana Brizola (PDT) e Beto Albuquerque (PSB), para definir a candidatura mais competitiva no campo progressista.

Com o prazo definido pelo encontro estadual do PT, a expectativa é de que até o final do mês o partido encerre as dúvidas e anuncie oficialmente quem disputará o Senado e quem encabeçará a chapa ao governo do Estado.

Governo analisa caso a caso renegociação de dívidas rurais e admite entraves enfrentados por agricultores

Ele também reforçou que o governo federal está acompanhando “caso a caso” as dificuldades enfrentadas por produtores rurais que tentam renegociar dívidas após as perdas provocadas pelas enchentes e pela estiagem. A declaração ocorre após cooperativas da região relatarem que apenas cerca de 20% dos agricultores têm conseguido acessar as linhas de crédito anunciadas pelo governo.

A renegociação, que prevê juros subsidiados e prazo de pagamento de até nove anos, beneficia agora todos os municípios da região de Santa Maria, após a solução do problema que havia deixado fora seis cidades.

Questionado sobre as queixas de agricultores e cooperativas, o deputado reconheceu que o processo tem entraves e que parte das exigências dos bancos está relacionada ao alto risco acumulado após anos de perdas seguidas.

— É um problema real. Não é uma questão menor. Mas há uma situação que envolve elevação de risco. Tem produtor que não conseguiu pagar no primeiro ano, não conseguiu no segundo e não conseguiu no terceiro. Então, isso faz com que algumas situações se tornem quase devedores contumazes.

Segundo Pimenta, as instituições financeiras — públicas e privadas — têm sido mais rigorosas nas análises porque o funcionário que libera o crédito “assina embaixo” da avaliação.

— O funcionário do banco coloca o CPF dele na análise. Ele se responsabiliza quando diz que o produtor tem condição de pagar. E muitos não têm garantia.

O deputado lembrou que o governo liberou R$ 12 bilhões para renegociações e que parte desse valor inclui uma linha específica para que cooperativas possam oferecer garantias aos associados — uma das principais reclamações do setor.

Ele também disse que o governo monitora diferentes tipos de endividamento:

  • dívidas bancárias, que são as mais avançadas na renegociação;
  • dívidas com empresas privadas, como cerealistas e revendas de insumos;
  • dívidas com cooperativas, geradas quando o produtor não consegue pagar os insumos recebidos antecipadamente.

Pimenta reforçou que, apesar do esforço para flexibilizar regras, não é possível dispensar a análise individual:

— Para cada situação, existe uma linha de crédito diferente. O número de renegociações é maior do que esses 20% citados. Talvez as cooperativas estejam falando dos que devem especificamente para elas. [...] Não tem como fugir disso numa análise de crédito. Existem realidades diferentes. Tem quem perdeu a safra, tem quem comprou área nova, quem investiu em ampliação. Estamos acompanhando de perto e buscando soluções.




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